O tema que não deveria ser tema

Diversidade, equidade e inclusão são três vocábulos que estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Remetem-nos para um tema tendência, que temos de debater se queremos ficar bem vistos. Um hot topic para ganharmos empatia dos demais porque praticamos a inclusão, porque temos pessoas com deficiência na nossa equipa e porque até temos o mesmo número de mulheres e homens, em cargos de liderança.

E se começássemos pelo básico? Uma pessoa, independentemente do seu género, raça, língua, religião, ou orientação sexual é, precisamente isso: uma pessoa. Não é incompetente, nem menos profissional, por ter uma determinada ideologia.

Vivemos numa sociedade que precisa de quotas para cumprir leis. Tudo isto porque, na hora de contratar, ainda há quem hesite perante um currículo de uma pessoa que pode querer engravidar, quando achar que tem de engravidar. Ainda há quem se sinta ameaçado por alguém com um modelo de liderança diferente do seu ou porque é tão fiel aos seus ideais que nem abre portas para conhecer outras realidades.

É obrigatório celebrar diferenças, encontrar soluções que unam líderes, que unam empresas, que unam pessoas e, acima de tudo, competências.

A transformação começa dentro de cada empresa. É fundamental formar a equipa de recrutamento para este tipo de questões. Para não privilegiar, beneficiar, prejudicar ou privar qualquer direito de um ser humano. É importante consciencializar de que não é um gosto pessoal ou uma ideologia que define um profissional.

É igualmente importante rever e atualizar todas as políticas de recrutamento, eliminando qualquer linguagem que possa ser interpretada como discriminatória em anúncios de emprego ou materiais de recrutamento, e manter ainda, uma abordagem imparcial durante todas as fases do processo de seleção.

Nunca é demais relembrar que devemos garantir que as práticas salariais sejam transparentes e baseadas no mérito, sem qualquer discriminação de género. Rever as disparidades salariais e tomar medidas corretivas, pode ser uma excelente prática para que, aos poucos, possamos transformar a realidade, tal como a conhecemos.

Uma pessoa não tem de se sentir integrada ou incluída. Não precisa. Esta é a verdadeira inclusão. É uma questão te competências e não de rótulos.

in Revista Human