Não dá para fazer Outsourcing da Mãe

Nesta época, neste tempo de indignações várias e confusões tremendas, quase tudo pode ser alvo de dúvida. Mas, a Vida como um todo, com os diferentes papéis que cada um assume ao longo do seu percurso parece querer equilibrar-se.

O moderno “work life balance” deu lugar ao contemporâneo “work life integration”. E mesmo ainda longe do vanguardista “life is all you want”, onde acredito que “o trabalho alimenta”, o papel da Mãe é uma verdade absoluta, com mais palco para se exibir – sim, existem licenças alargadas; existem licenças para aleitamento materno; existem licenças para acompanhamento infantil… mas, não romantizemos este papel, até porque “super mulheres só no cinema!” E não comparemos o que ainda hoje se questiona de diferente a uma Mãe e a um Pai – também há homens que quando pais inteiros são questionados acerca do seu papel e do papel que a Mãe do seu filho ocupa, como se Mãe e Pai não devessem coexistir e participar da mesma forma na vida dos seus filhos.

Ser uma Mãe presente não implica deixar de trabalhar. Ser uma profissional exímia não implica desconsiderar os filhos. Mas, mais uma vez, é preciso tempo, organização e espaço para que tudo se oriente, conjugue e funcione.

Tenho a sorte de ter três filhos. Tenho a sorte de ter uma estrutura familiar sólida, e de a ter tido sempre. Tenho a sorte de viver e ter crescido com exemplos empoderados de mulheres e mães competentes e presentes. Tenho a sorte de ter capacidade de escolha e discernimento para decidir regressar ao trabalho quando o meu filho tiver 8 meses. 

Tenho a sorte do Grupo onde trabalho viver o seu slogan “be people first” – quando uma pessoa está bem, tranquila e no seu papel natural, tudo flui, e o resultado do seu trabalho melhora.

Tenho a sorte de fazer parte de uma empresa que reconhece que “one size doesn’t fit all”! A atração e a retenção do talento também necessitam de novos olhos e novas soluções. Além do que a lei estipula, a cultura vivida na empresa e os seus diferentes benefícios “tailor made” assumem um papel preponderante para o bem-estar e sucesso de todos os que nela habitam. E sobre isto, as empresas e os seus decisores precisam de pensar, repensar e demonstrar aos seus colaboradores que aceitam, valorizam e acolhem as suas escolhas.

Os benefícios flexíveis, e mais do que estes, a flexibilidade é chave para reter talento.

Tenho noção da cadeira privilegiada onde me sento, e lamento que seja um previlégio, pois gerar, ver nascer e preparar um filho para a primeira separação da Mãe é um processo individual, pessoal e intransmissível: “não dá para fazer outsourcing!”

Na vida de um negócio, um ano é um ano sem perspectiva de finitude. Na vida de uma família, um ano é menos um ano para o álbum das memórias.

Os bebés crescem, a infância passa e não volta mais…

Estou quase de regresso, amanhã estamos em 2024! Mas nestes parcos momentos, acompanhei, organizei, nutri, estimei e preparei a fonte de amor e sucesso da minha vida: A Minha Família!

Caso, no futuro, seja possível fazer outsourcing da mãe, ou recrutar “uma nova mãe” o Grupo Eurofirms será pioneiro na solução a apresentar 🙂

Nota: Este texto é escrito por uma profissional Mulher e Mãe. Um dia será escrito por um profissional Homem e Pai. Noutro dia a contemplação e o raciocínio acerca dos benefícios usufruídos nada terá a ver com a maternidade. “Life is all you want!”