Trabalho invisível

Colaboradores felizes, empresas felizes. Assim dita a atual tendência. Todos os dias surgem novos conceitos, novos departamentos e até novas profissões dedicadas a estudar e a fazer da felicidade um must have nas empresas. O que diferencia o grupo Eurofirms? Pensamos na felicidade dos nossos colaboradores há mais de 30 anos.


Se neste grupo já pensamos no bem-estar das pessoas há tanto tempo, porquê que só agora chegou esta tendência? É mesmo necessário educar as pessoas a serem felizes e a cuidarem do seu bem-estar ou é algo que deveria ser inato no ser humano? Sentirmo-nos realizados a partilhar o nosso conhecimento e a estarmos rodeados de uma equipa, igualmente motivada e envolvida no mesmo projeto, não deveria estar mais do que normalizado no mundo empresarial de hoje em dia?


Há não muitos anos atrás, o mundo do trabalho era visto como o sustento para a felicidade. Trabalhava-se das 9h às 18h para sermos felizes nas restantes horas semanais que tínhamos livres. Semana após semana. Significa que, provavelmente, as 40 horas laborais eram passadas, simplesmente, a existir e a executar. Possivelmente, seria impensável, um estagiário de um qualquer departamento tomar um café tirado pelo Diretor Geral e partilharem o que fizeram naquela manhã. Será que esta tendência já está a ser aplicada em todas as empresas? Possivelmente, em algumas empresas será impensável, haver um desabafo sobre a vida pessoal numa viagem entre Lisboa e Porto. Como vêem esta proximidade? Toda esta confiança será, ou não, ainda vista como ‘menos própria’ e, em muitos casos, um sinal de fraqueza entre as diferentes posições nas empresas.


Serão estas atitudes descabidas? Será que o que separa o ‘parecer’ do ‘ser’ é uma grande muralha? Fala-se em salário emocional, em mil e um apoios, mas, será que se fala num ‘olá, como estás?’. Na minha opinião, não é imprescindível saber tudo sobre cada colaborador, seria caótico e impraticável, mas a proximidade, o respeito, a transparência e a preocupação genuína por uma pessoa, essas sim, considero um must have na minha rotina. Não custa nada perguntar “Como estás?”. Talvez possa “custar” um pouco de tempo. Mas para mim, esse “tempo”, para além de ser genuíno em preocupação, é saber cuidar, é um “investimento” naquela pessoa. Porquê? Porque a quero ver bem e se estiver bem, trabalhará melhor. Não deverá ser porque é tendência, mas sim porque as pessoas estão no centro de tudo. Se a equipa está bem e está feliz, eu estarei feliz também.


Há gestos que fazem a diferença, perguntas que mudam o dia de cada um de nós, só necessitamos de empatia e estar atentos. Um trabalho invisível, mas de muito sucesso. O ADN de uma empresa não é o motivo de felicidade para um ser humano, mas pode ser uma alavanca e um ponto de partida para estarmos em sintonia com os nossos valores pessoais e o propósito que nos acompanha no ambiente corporativo.

Sara Pimpão | Country Manager Eurofirms Portugal

in Edição Premium Revista Human